Amanhecer sem alegria

Como é fácil gostar

de quem está longe

e dedicar-lhe atenção e desejo.

Difícil é o dia a dia,

das aflições, das tristezas,

das poucas horas de trégua

entre o orvalho e o mar.

Não é doce esse amanhecer.

E um fino rio de distância se alonga

entre as paredes do mesmo sangue

que poderia nos unir.

Deixar de rever esses pequenos lagos

sem os sonhos de ontem,

quando as vigas da saudade ruíram

e não demonstraram afeto algum.

O amargo gosto fica no ar,

sem as palpitações da alegria…

Tudo se torna sem sentido,

ao toque de um leve pesar.

Como a corrida entre os segundos,

o céu desfalece em cores.

Pouco ou nada foi dividido,

E as mãos deixaram de lampejar!


Autora: Marcela de Baumont

Ficha técnica de Marcela de Baumont:

Formada em 1976, pela UFRGS, na Faculdade de Comunicação Social, é bacharel em Jornalismo, Relações Públicas, Propaganda e Publicidade. Exerce a atividade de revisora desde a faculdade, na Editora e Gráfica da UFRGS, e também para escritores de livros e revistas em áreas diversas. Como revisora em Propaganda, tem trabalhado para importantes clientes:  Giovanni+DraftFCB, Wunderman, Grey, Publicis, Africa, MPM. Seu passatempo favorito é ler um bom livro e escrever suas poesias.